viernes, 25 de abril de 2014

Heróis anónimos da Revolução dos Cravos

Here is an article from RTP NOTICIAS from Portugal. Até ao dia 25 de Abril, a Antena1 apresenta 25 militares que ocupam páginas menos lidas da história que alterou a História de Portugal. São homens que, a partir de todo o território nacional, e não apenas de Lisboa, tiveram ação determinante para o desfecho da sublevação que destituiu a ditadura. São 25 retratos de 25 heróis anónimos do 25 de Abril. Sem eles, a Revolução dos Cravos não teria sido possível.
24 de abril - Vargas Matos era primeiro-tenente da Marinha no dia da Revolução e teve como incumbência a tomada da sede da PIDE-DGS na rua António Maria Cardoso, no coração de Lisboa. Ao contrário do que lhe tinha sido inicialmente transmitido, dando conta de que o número de agentes da PIDE refugiados no edifício era pouco mais do que desprezível, o fuzileiro Vargas Matos e os seus homens viram-se confrontados com um adversário numericamente muito superior, a que se juntaria ainda uma coluna da GNR que acorria em auxílio dos homens da polícia política. Perante o imprevisto, e para preservar a segurança dos milhares de civis que se aglomeravam para satisfazerem a curiosidade e testemunhar em primeira-mão o nascimento de uma nova época, Vargas Matos, hoje almirante reformado, teve de recorrer a uma manobra tática. Horas mais tarde, contudo, haveria de concluir com sucesso a sua missão. 23 de abril - Rui Rodrigues, hoje coronel na reforma, era capitão em 1974 e teve por missão comandar a tomada do aeroporto de Lisboa pelas forças revolucionárias, um dos principais objetivos estratégicos e militares da Revolução de abril. A meio da madrugada saído da sua unidade, a Escola Prática de Infantaria, em Mafra, o capitão Rodrigues e os seus homens demoraram menos de uma hora para cumprir a missão que lhes tinha sido confiada. Pelo meio, ainda enganou 150 polícias e 40 pides, dizendo que estava no aeroporto porque havia uma ameaça terrorista da Organização Setembro Negro - o grupo extremista palestiniano que havia sequestrado e massacrado 11 atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique, dois anos antes.
22 de abril - A Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas, foi o primeiro quartel a entrar na Revolução, ainda se esgotavam os últimos minutos de 24 de abril de 1974. Era lá que estava o então tenente Andrade da Silva que, antes de mais, teve de prender o comandante da sua unidade. Mais tarde, montou baterias no Cristo-Rei com mira orientada para Monsanto e para a fragata Gago Coutinho que, do meio do Tejo, ameaçava com os seus canhões as forças revolucionárias lideradas por Salgueiro Maia, concentradas no Terreiro do Paço. Como sabemos hoje, não foi preciso abrir fogo. 21 de abril - Em 25 de abril de 1974, já a noite tinha caído e Caxias ainda estava sob controlo da PIDE. A prisão era um dos últimos bastiões do Antigo Regime. Coube a Mário Pinto, então capitão paraquedista, a missão de comandar o assalto a esse marco da perseguição aos adversários políticos da Ditadura. Mário Pinto, hoje coronel na reforma, assumiu o comando da operação, porque o oficial que estava inicialmente designado... "baldou-se". 18 de abril - Depois de ter sido desviada da sua missão original devido aos acontecimentos que se desenrolavam em Lisboa, a fragata Gago Coutinho navegava no rio Tejo quando o comandante Seixas Louçã recebeu ordem de fogo sobre as forças revolucionárias que se concentravam no Terreiro do Paço. O imediato Caldeira dos Santos, primeiro, e todos os outros oficiais e restante guarnição, depois, recusaram-se a obedecer às ordens do comandante da fragata. (n.d.r: este texto foi alterado na palavra destacada a negrito, que substitui a palavra anterior "deu").
17 de abril - A missão do então capitão do Exército Teófilo Bento no dia 25 de abril de 1974 foi liderar a tomada das instalações da RTP, no Lumiar. Uma tarefa à primeira vista algo bizarra para um oficial de Logística - não combatente, portanto. Mas estava tudo calculado para que a operação "Casino" resultasse em... jackpot. 16 de abril - No 25 de abril de 1974, Lourenço Gonçalves era primeiro-tenente da Marinha. Coube-lhe transmitir as ordens de contenção à fragata Gago Coutinho, que tinha as suas baterias apontadas às forças de Salgueiro Maia, concentradas no Terreiro do Paço. 15 de abril - Num curioso e bem-humorado olhar sobre o seu papel no dia da Revolução dos Cravos, Mendonça Carvalho, hoje coronel da Força Aérea na reforma, revela o aguçado espírito de observação que ainda o haveria de transformar num ator profissional, anos mais tarde. 14 de abril - Há 40 anos, Luis Pimentel era capitão e estava no campo de tiro da Carregueira. No dia 25 de abril de 1974, teve como missão comandar a tomada da Emissora Nacional. Apesar de um pequeno "susto" à chegada às instalações da rádio, situadas na rua do Quelhas, em Lisboa, tudo acabaria por correr como previsto. 11 de abril - O dia da Revolução dos Cravos coincidiu com o 42.º aniversário de José Cardoso Fontão. Nas suas próprias palavras, a tarefa mais importante que desempenhou nesse dia que faz 40 anos foi assegurar que o comandante do então Batalhão de Caçadores 5, em Campolide, Lisboa, nunca suspeitasse do que estava a prestes a acontecer. É que o seu superior tinha relação muito próxima com o ministro do Exército, Andrade e Silva. Era, portanto, imperioso recorrer ao secretismo e à dissimulação. 9 de abril - Com 31 anos à data da Revolução dos Cravos, Diamantino Gertrudes da Silva era o mais velho capitão da Zona Centro e foi por isso nomeado pelo comando das forças revolucionárias para chefiar o "agrupamento November". Reunido ao restante contingente na Figueira da Foz, teve a seu cargo a tomada da prisão de Peniche. Tendo enfrentado resistência, montou assédio ao forte, antes de continuar rumo a Lisboa, onde se deparou com dificuldades para reabastecer homens e viaturas. 8 de abril - Madrugada de 25 de abril de 1974, Base Naval do Alfeite. Na fragata Sacadura Cabral, o oficial de serviço era Ramiro Soares Rodrigues. O então primeiro-tenente recorreu ao engenho para evitar que o seu navio tomasse parte em qualquer eventual tentativa para esmagar a revolta - e conseguiu o que pretendia. 7 de abril - No dia 16 de março de 1974, o então primeiro-tenente Bacelar Begonha prendeu o seu comandante de unidade para que Vila Franca de Xira não oferecesse obstáculos à passagem da "coluna das Caldas". O que nem ele, nem o seu comandante sabiam é que ambos pertenciam ao MFA... 4 de abril - Antero Ribeiro da Silva conspirou a favor do 25 de Abril, foi mandado para a Madeira por atividade subversiva, onde o dia da Revolução lhe passou ao largo. Mas ainda haveria de ser carcereiro de Marcello Caetano. 3 de abril - David Martelo era capitão em 1974. Tendo recebido ordens para se dirigir à Figueira da Foz na noite de 24 de abril, "fui no meu próprio carro para a Revolução", conta-nos. 2 de abril - Frederico Morais esteve na ocupação da Emissora Nacional, na Rua do Quelhas, em Lisboa, no 25 de Abril. Conta-nos uma história curiosa sobre como ludibriou dois polícias. 1 de abril - Delgado Fonseca partiu de Lamego para o Porto. Tinha como objetivo tomar a PIDE, mas a sua missão acabou por ser outra. 31 de março - Alfredo Assunção era adjunto de Salgueiro Maia e viveu um dos momentos mais marcantes da Revolução. Esteve muito perto de ser fuzilado.

1 comentario:

  1. Me ha gustado ver la conmemoración del 25 de abril en el blog... ¡Felicidades por el trabajo, a todos!

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